A Raiva é uma Zoonose de caráter agudo que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC) da maioria dos mamíferos e é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus.
No Estado de Mato Grosso do Sul, causa enormes prejuízos à pecuária e as suas ocorrências são favorecidas pela sua posição geográfica, em conseqüência de fatores como, topografia e clima favoráveis ao desenvolvimento das diversas espécies de morcegos. Um exemplo disso é a Serra de Maracajú que divide o Estado. Isso proporciona condições propícias de habitação desses quirópteros, especificamente dos hematófagos, em conseqüência da existência de abrigos como as cavernas aliado à fartura de alimentos, representadas pela população bovina estimada em 19 milhões de cabeças (2015) e que já chegou a causar perdas anuais de aproximadamente 2.000 animais. Atualmente, o MS possui 12 municípios com vacinação obrigatória contra a raiva, são eles: Coxim, Rio Verde de MT, Rio Negro, Corguinho, Aquidauana, Anastácio, Miranda, Bodoquena, Bonito, Jardim, Corumbá e Ladário.
Nos últimos anos a doença tem avançado dessas áreas, para regiões de surtos esporádicos ou livres da enfermidade. Esse avanço se deve principalmente aos impactos ambientais (construção de usinas hidrelétricas) e mudanças no perfil econômico (retirada da pecuária para plantio de eucalipto, cana e outras culturas).
Das três espécies de morcegos hematófagos existentes no Brasil, a espécie Desmodus rotundus é tida como a principal transmissora da Raiva aos herbívoros.
OBJETIVOS
- Vacinação estratégica de espécies susceptíveis em áreas de maior risco;
- Controle populacional de seu principal transmissor, morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus;
- Cadastramento e revistoria periódica dos abrigos;
- Educação sanitária através de vigilâncias em propriedades de maior risco e palestras a produtores rurais;
- Atendimento de suspeitas nervosas;
- Cursos de aperfeiçoamento dos servidores atuantes no campo;
- Avaliações do andamento da ações do Controle da Raiva junto à Instituições de Ensino e Pesquisa;
Para o controle dos morcegos hematófagos existem duas formas: captura direta nos abrigos (naturais e artificiais), ou nos currais e a forma indireta onde o produtor aplica a vampiricida ao redor da sugadura recente dos morcegos.
Nos dois casos, ao retornarem ao abrigo, os morcegos passarão a vampiricida aos outros morcegos através de lambedura e contato com início das mortes 3 a 4 dias após.
Portanto, toda vez que os moradores da área rural encontrarem os animais com perda de apetite, salivação, andar cambaleante, não consegue se alimentar nem se movimentar e vem a óbito entre 3 e 7 dias após; possuirem animais com sugadura por morcegos hematófagos e/ou tiverem conhecimento de abrigos com morcegos, comunicarem a Unidade Veterinária da IAGRO mais próxima e não manusearem estes animais. Caso qualquer pessoa entre em contato com animal suspeito ou venha a ser agredido por morcegos, cães, gatos, procurar imediatamente o Posto de Saúde mais próximo.
OBS: é importante ressaltar que a Raiva é uma Zoonose que não tem cura total, portanto todo animal suspeito de doença nervosa deve ser avaliado por médico veterinário ou servidor do Serviço Oficial Veterinário, pois estes são devidamente treinados e vacinados.
LEGISLAÇÃO
- Instrução Normativa nº 05 de 01 de março de 2002 - IN 05 01 03 2002
- Instrução Normativa nº 69 de 13 de dezembro de 2002 - IN 69 13 12 2002
- Portaria 3565 - (mandar link)
- Portaria SDA nº 168 de 27 de setembro de 2005
- Manual de procedimentos para diagnostico das doenças do sistema nervoso central de bovinos - (mandar link)
FORMULÁRIOS
- Requisição Exames Animais Produção (todas as idades)
- Modelo formulário síndrome neurológica (FORM SN v. ago/14)(animais acima de 24 meses idade).
- Ficha Clinico Epidem Caninos Felinos Quirópteros Animais Silvestres (FORM RAMT 004 v. 03).