Mormo

Introdução

O mormo, doença da lista “B” do Escritório Internacional de Epizootias (OIE), possui como agente causal uma bactéria denominadaBurkholderia mallei que acomete os cavalos e, de forma mais grave, os asininos e muares, podendo acometer inclusive o homem. A doença está incluída entre aquelas passíveis de aplicação das medidas previstas no Regulamento de Defesa Sanitária Animal (Art. 61 e 63 do Decreto n° 24.548, de 3 de julho de 1934), sendo obrigatório o sacrifício dos animais doentes, uma vez que a doença não tem cura. A legislação encontra-se em fase de revisão, permanecendo em vigor a Instrução Normativa nº 24, de 5 de abril de 2004.

Histórico

Não há dados precisos sobre a introdução do mormo no Brasil. Ao longo do século XIX várias ocorrências de mormo são identificadas principalmente nas cidades do Rio de Janeiro, Campos, São Paulo e Salvador. Em 1959, um estudo realizado em uma fazenda no município de Campos revelou a presença do mormo e relatou a sua ocorrência naquela região desde 1956. Em 1966, o Instituto Vital Brasil encontrou animais reagentes à maleinização num grupo de eqüinos procedentes do estado do Rio de Janeiro que seriam utilizados na produção de soro. Em 1968, casos de mormo foram diagnosticados pelo Ministério da Agricultura em São Lourenço da Mata (PE), porém em 1988, o Boletim de Defesa Sanitária Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) considerou que a doença estaria extinta no Brasil, uma vez que, desde a sua constatação em Pernambuco, nenhum caso novo fora comunicado no período de 31 anos. Em setembro de 1999, através de notificação de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco foram diagnosticados laboratorialmente sete animais positivos provenientes de usinas de cana-de-açúcar da zona da mata dos Estados de Pernambuco e Alagoas. A partir daí, o Mapa estabeleceu exigências, especialmente, para o trânsito interestadual de eqüídeos e para a participação em eventos.

Sintomas

A doença se manifesta sob três formas e, normalmente, os muares e asininos são acometidos na sua forma aguda, enquanto os cavalos, na forma crônica.

Na forma nasal, os animais apresentam febre alta, tosse e descarga nasal com úlceras nas narinas, podendo ocorrer úlceras e nódulos nos membros e abdome.

A forma pulmonar, mais comum nos cavalos, pode causar uma pneumonia crônica acompanhada de úlceras na pele dos membros e na mucosa nasal.

A forma cutânea se apresenta sob a forma de nódulos e úlceras na região interna dos membros com presença ou não de secreção amarelada escura.

Transmissão

A transmissão se dá por meio do contato dos animais com as secreções e excreções de doentes, especialmente a secreção nasal e o pus dos abscessos, que contaminam o ambiente e, principalmente, comedouros e bebedouros.

Controle e Erradicação

As medidas de controle e erradicação envolvem:

 

  • sacrifício dos animais positivos às provas de diagnóstico;
  • enterrio ou incineração dos cadáveres;
  • desinfecção das instalações e de todo material que esteve em contato com os animais doentes;
  • interdição da propriedade e saneamento do foco;
  • notificação de qualquer suspeita ao serviço de defesa sanitária animal do Estado.

 

 

Os Estados onde ocorreram notificação de mormo são:
Amazonas, Pará, Parará, Santa Catarina, Roraima e todos do nordeste, exceto Bahia.”

Extraído do site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:http://www.agricultura.gov.br – acesso em 30/9/2004.