Uma pesquisa conduzida em Petrópolis (RJ) está testando a utilização do controle biológico no combate a doenças fúngicas. Os especialistas da Unidade de Pesquisa Participativa (UPP) aplicam o fungo Trichoderma por meio da pulverização em hortaliças folhosas, no solo e em canteiros.
O objetivo é o controle do mofo cinzento (Botrytis cinerea), do mofo branco (Sclerotina sclerotiorum e S. minor), do Fusarium (Fusarium oxysporum f. sp. Lactucae) e da Rhizoctonia. O resultado, de acordo com os técnicos e produtores envolvidos, têm sido muito promissores.
“Utilizamos o Trichobio produzido pela Agribio Defensivos Alternativos, uma empresa incubada na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) com apoio da Pesagro-Rio. Identificamos as principais doenças e seus agentes e iniciamos a ‘vacinação’ junto com os agricultores, que nos auxiliam no monitoramento dos resultados”, explicou o técnico da Emater-Rio André Azevedo.
“O projeto das UPPs baseia-se na experiência participativa entre instituições de pesquisa e extensão rural junto aos produtores, para experimentação e adaptação de tecnologia, uso de defensivos alternativos e disseminação de resultados de práticas em controle biológico de lavouras de hortaliças. Em breve, esperamos desdobrar este trabalho para as demais microbacias de Petrópolis”, comentou Azevedo.
O Trichoderma é um fungo habitante natural do solo, que tem a capacidade de se alimentar ou produzir substâncias que inibem o crescimento de diversos patógenos (microorganismos que causam doenças no solo), como Fusarium, Rhizoctonia e Sclerotinia – este último, a causa do mofo branco. O agente de biocontrole ainda gera nutrientes, não deixa resíduos nos alimentos e pode ser utilizado no tratamento de sementes, evitando que doenças atinjam as plantas nesse estágio.