Ondas de invasões estrangeiras representam séria ameaça ao País. Os invasores cruzam fronteiras sem chamar a atenção, estabelecem-se no novo ambiente e provocam prejuízos capazes de abalar setores produtivos importantíssimos para o Brasil. Estamos falando de pragas quarentenárias, uma longa lista de insetos e microrganismos que podem impor danos financeiros preocupantes à agricultura nacional e até colocar em risco a segurança alimentar da população. Esta é a matéria principal da última edição da revista XXI – Ciência para a vida, disponível no Portal Embrapa a partir desta semana.
A indústria perfumista mundial está de olho no Brasil, não somente como mercado, mas como rico depósito natural de essências aromáticas. Um acordo entre a Embrapa e a multinacional de essências Givaudan está vasculhando o Planalto Central brasileiro em busca de matérias-primas que vão compor os mais finos perfumes e cosméticos para serem levados a todo o mundo. A descoberta de novos aromas poderá abrir oportunidades de negócios para a produção de plantas fornecedoras de óleos essenciais.
O desperdício de alimentos na ponta da cadeia produtiva, a mesa do consumidor, foi por quatro anos tema de estudos do jornalista da Embrapa Gustavo Porpino. Durante o doutorado, Porpino entrevistou famílias brasileiras e norte-americanas e percebeu que hábitos arraigados nas duas culturas provocam perdas representativas de comida dentro das residências, mesmo em classes de menor renda. Sua tese mostra que o desperdício de alimentos é também um problema de responsabilidade de cada consumidor e que nossos hábitos na cozinha podem contribuir para aumentá-lo.
Na seção Vida de Laboratório, uma história ilustra os percalços e as curiosidades da atividade científica. Um fungo encontrado em larvas de abelhas, e inicialmente encarado como presença nociva, mostrou-se na verdade fundamental no desenvolvimento desses insetos. A descoberta revelou um tipo primitivo de agricultura e rendeu artigo em revista internacional.
Por fim, experimentos na Bahia vêm quebrando um velho paradigma: o de que a agricultura orgânica só pode ser praticada em pequena escala. A despeito de todos os desafios, o estudo com fruticultura orgânica em grandes áreas tem conquistado bons resultados com diferentes espécies de frutas. O sucesso desse trabalho abriria possibilidades de novos mercados por meio de vantagens competitivas poderosas como a redução do custo de produção em comparação a frutos orgânicos gerados em áreas menores.