A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado de Mato Grosso do Sul – IAGRO, vem esclarecer a situação ocorrida no município de Figueirão – MS, onde foram encontrados produtos contaminados e houve a interdição da empresa Laticínio Santos Reis.
SOBRE O OCORRIDO
Em vistoria de rotina, a equipe da Agência detectou a contaminação por estafilococos, em produtos do Laticínio Santos Reis, que tem registro no SIE sob numero 210.
A ocorrência foi confirmada em laboratório oficial – após a análise representativa dos lotes produzidos pela empresa através das metodologias oficialmente empregadas em legislação vigente – e a empresa foi imediatamente interditada.
Os produtos contaminados, cerca de quatro toneladas, foram devidamente apreendidos pela equipe da Iagro e encaminhados a destruição, através de enterrio.
Tais procedimentos são os previstos na legislação vigente e visam à segurança alimentar dos produtos. As medidas são corriqueiras e acontecem em casos de alteração na qualidade dos produtos, que pode ocorrer pelas mais diversas causas.
A empresa é reincidente e tem diversas notificações pela falta de higiene e não cumprimento de prazos solicitados para a adequação de irregularidades apontadas nos relatórios de inspeção periódica, tendo sido multada recentemente.
CONTAMINAÇÃO
A comercialização de produtos contaminados por estafilococos é nociva para o consumidor, pois o microorganismo evidencia a falta de condições higiênico-sanitárias durante as etapas de produção, processamento, distribuição, armazenamento e comercialização das amostras de queijo-coalho.
O Staphylococcus aureus (S. aureus) destaca-se dentre as principais bactérias causadoras de doenças de origem alimentar. Intoxicações alimentares são ocasionadas pela produção de toxina por S. aureus no alimento.
A intoxicação alimentar por estafilococos resulta da ingestão de alimentos contaminados com toxinas produzidas por determinados tipos de estafilococos, resultando em diarreia e vômito.
Bactérias estafilocócicas crescem em alimentos, onde produzem toxinas. Assim, a intoxicação alimentar por estafilococos não resulta da ingestão de bactérias, mas da ingestão das toxinas produzidas pelas bactérias já presentes no alimento contaminado. Os alimentos normalmente contaminados incluem creme de ovos, massa folhada recheada, leite, carnes processadas e peixe. O risco de ocorrer um surto de infecção é alto quando manipuladores de alimentos com infecções cutâneas contaminam alimentos que são mal cozidos ou armazenados em temperatura ambiente. Apesar da contaminação, muitos alimentos apresentam sabor e odor normais.
SINTOMAS
Os sintomas normalmente começam abruptamente, incluindo náusea e vômito graves a partir de cerca de duas a oito horas após o alimento contaminado ser ingerido. Outros sintomas podem incluir cólicas abdominais, diarreia e, às vezes, dor de cabeça e febre. A perda significativa de líquidos e eletrólitos pode causar fraqueza e pressão arterial extremamente baixa. Normalmente, os sintomas duram menos de 12 horas e a recuperação é completa.
Às vezes, a intoxicação alimentar por estafilococos é fatal, sobretudo em recém-nascidos, idosos e pessoas debilitadas por doenças prolongadas.
Normalmente, os sintomas indicam claramente o diagnóstico de gastroenterite. Pode-se suspeitar de um diagnóstico mais específico de intoxicação alimentar por estafilococos, caso outras pessoas que consumiram o mesmo alimento forem afetadas de forma semelhante e se o distúrbio puder ser atribuído a uma única fonte de contaminação. Para confirmar o diagnóstico, a análise laboratorial deve identificar estafilococos no alimento suspeito, mas essa análise não é feita frequentemente.
PREVENÇÃO
A preparação cuidadosa dos alimentos pode prevenir intoxicações alimentares por estafilococos. Qualquer pessoa que tenha uma infecção de pele não deve preparar comida para outras até a cura da infecção. Os alimentos devem ser consumidos imediatamente ou ser refrigerados, não mantidos à temperatura ambiente.
Em um contexto geral a análise microbiológica de alimentos é de extrema importância para a detecção de microorganismos, que podem ser incorporados diretamente da matéria-prima contaminada, como os produtos de origem animal infectados ou de manipuladores, por outros alimentos (contaminação cruzada) ou até mesmo através do ambiente durante o seu preparo.