Cuiabá (MT) – As ações que resultarão na retirada definitiva da vacinação contra aftosa até 2023 começam a ser discutidas pelo bloco que Mato Grosso do Sul compõe. A capital de Mato Grosso, Cuiabá, sedia essa semana o encontro do Bloco V.
Em pauta as diretrizes básicas do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que devem ser geridas entre governos e iniciativa privada; o aperfeiçoamento das capacidades do Serviço Veterinário Oficial (SVO); a regionalização das ações; a sustentação financeira; adequação e fortalecimento do sistema de vigilância; a agilidade e precisão no diagnóstico; a previsão de imunógeno (partícula, molécula estranha ou organismo capaz de induzir uma resposta imunológica) para emergências veterinárias; cooperação internacional e educação em saúde animal.
Para este encontro Mato Grosso do Sul conta com a participação do Diretor Presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Luciano Chiochetta, o vice Diretor Roberto Bueno, o gerente de Defesa Sanitária Animal, Rubens de Castro Rondon, a Chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal Marcia Rabelo, o coordenador do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção de Febre Aftosa – PNEFA, o fiscal estadual agropecuário e médico veterinário, Fernando Endrigo Ramos Garcia, o Superintendente da Semagro, Rogério Beretta e o Coordenador de Pecuária, Marivaldo Miranda.
Seguindo a programação a comitiva sul-mato-grossense apresentou na manhã desta quarta-feira, no painel que discute as características geográficas e estruturais das fronteiras da região com impacto na transição de status sanitário, informações sobre as fronteiras do Estado com a Bolívia e o Paraguai.
Segundo Luciano considerando que o rebanho bovino é um dos maiores patrimônios do Estado, todo trabalho que envolve a sanidade merece atenção especial. “O Governo do Estado prioriza as ações de defesa. Por isso estivemos na Bolívia, em Paris recentemente, hoje estamos aqui no Mato Grosso e participaremos ativamente de todas as discussões até a conquista de um novo status”, completou.
O Superintendente Beretta lembra que a mudança de status sanitário, de zona livre de febre aftosa com vacinação para zona livre de febre aftosa sem vacinação, permitirá a abertura de novos mercados para os produtos e subprodutos de origem animal e se mostra uma ação extremamente importante para a economia do País.
Para Beretta o comprometimento dos Estados com as ações que forem acertadas nos encontros garantirá sua eficiência. “Mato Grosso do Sul já é modelo nas ações de prevenção da aftosa. Continuaremos nesse caminho.”
ENCONTRO
Mato Grosso sedia a até quinta-feira, dia 21, a 1ª reunião do Bloco V, do qual também fazem parte Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O encontro acontece na sede do Governo do Estado, o Palácio Paiaguás, e reúne representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT) e dos serviços veterinários dos estados integrantes, classe política, setor produtivo e industrial, sindicatos e conselhos de classe.
Estados e países que fazem divisa com os integrantes do Bloco V também foram convidados para as discussões voltadas para a execução do Plano Estratégico 2017-2016 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) e que prevê a retirada total da vacinação no país até 2023. A última vacinação contra a febre aftosa a ser realizada no Brasil está prevista para maio de 2021, com os estados do Bloco V. De todo o país, apenas Santa Catarina é reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação, desde 2007.
PNEFA
O Plano Estratégico está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa), em prol também da erradicação da doença na América do Sul.
BLOCOS
Plano Estratégico de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) prevê a retirada total da vacinação no país até 2023. Os estados foram divididos em cinco blocos pecuários para que seja feita a transição de área livre da aftosa com vacinação para sem vacinação. Integram o Bloco I, Acre e Rondônia; o Bloco II: Amazonas, Amapá, Pará e Roraima; o Bloco III: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; Bloco IV: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins, e; Bloco V: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.