MS apresenta resultados em reunião do Plano Estratégico de Prevenção e Erradicação da Febre Aftosa

Categoria: DEFESA SANITÁRIA, SANIDADE ANIMAL | Publicado: segunda-feira, junho 14, 2021 as 09:09 | Voltar

Com o objetivo de manter a condição sanitária atual de país livre de febre aftosa, buscando a ampliação gradual de novas zonas livres sem vacinação o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), promoveu, nesta quinta-feira (10), reunião virtual com representantes das equipes gestoras do IV do qual Mato Grosso do Sul faz parte junto com Bahia, Espirito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo e Distrito Federal.

Foram avaliados o andamento dos planos de ações dos Estado componentes do bloco IV, referente ao Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PE-PNEFA) e discutido com a equipe gestora nacional os principais pontos.

O Diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério, Geraldo Moraes e Humberto Miranda Oliveira, Presidente da CCGE do Bloco IV organizaram a reunião de forma que cada Estado - numa apresentação de até 10 minutos – respondessem a mesma sequência de perguntas sobre as ações realizadas e todos pudessem observar sua evolução.

Detentor de 60% da população de bovinos do País, o Bloco IV tem Estados com estruturas e demandas muito distintas. Para evoluir e cumprir as exigências do programa cada Estado esbarrou num problema diferente. Comum entre eles, a dificuldade de ampliar os investimentos e, com a pandemia, a realização dos concursos para ampliação do número de servidores nas agências. Apenas um Estado conseguiu realizar concurso público.

Participaram do encontro, por Mato Grosso do Sul, através da Secretaria de meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) : o Superintendente de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar, Rogério Beretta, o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do MS), Daniel Ingold e membros de suas respectivas equipes.

Mato Grosso do Sul mostrou boa performance dentro do que foi estabelecido no plano, tendo concluído 46% das 91 medidas propostas.

Ao pontuar uma perda significativa de servidores – por aposentadorias ou desligamentos - Daniel Ingold, que realizou a apresentação, comentou que tal gargalo foi compensado parcialmente com a qualidade da equipe que a Iagro dispõe, e com uso de tecnologia.

O Presidente da Iagro foi elogiado pela colocação, por colegas representantes de outros Estados, que concordam que esse gargalo é crônico e outras formas de contorná-lo fazem parte da rotina das agências em todo País a cada desafio que surge.

A importância da participação da classe produtora e da iniciativa privada na realização das atividades do plano foi destacada pelo Diretor e teve eco nas falas de diversos representantes.

Ao final com moderação do Coordenador geral de Sanidade Animal do Ministério, Jorge Caetano, foram colocados em pauta: as ações nacionais do PE-PNEFA; o Fundo Nacional de Defesa, os resultados da modelagem de disseminação da febre aftosa, o Banco de vacina para febre aftosa, que terminou com mesa redonda entre os apresentadores de cada tema.

Plano Estratégico

Delineado para ser executado em um período de dez anos (2017-2026), o PE-PNEFA está alinhado com as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e com as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), contribuindo para a erradicação da doença na América do Sul.

Entre os objetivos do PE-PNEFA, está a retirada gradual da vacinação contra a febre aftosa, em todo o território brasileiro, que prevê adequação estrutural, implementação e execução de ações gerais e específicas nacionais e estaduais, envolvendo setor público, setor privado e a área política.

Atualização

Os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso foram reconhecidos internacionalmente como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Ao todo, são mais de 40 milhões de cabeças que deixam de ser vacinadas, o que corresponde a cerca de 20% do rebanho bovino brasileiro, e 60 milhões de doses anuais da vacina que deixam de ser utilizadas, gerando uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões ao produtor rural.

O reconhecimento foi concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em maio, na 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE. O Paraná também recebeu o reconhecimento como zona livre de peste suína clássica independente.

Para realizar a transição de status sanitário, os Estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da OIE.

Atualmente, existem em torno de 70 países reconhecidos livres de febre aftosa sem vacinação, que são potenciais mercados para a produção de carne bovina e suína, com melhor preço e sem restrições sanitárias como, no caso da carne bovina, desossa e maturação. Entre esses países estão Japão, EUA, México e países da UE. Em 2021, nos quatro primeiros meses do ano, o volume exportado de carne bovina e suína aumentou 27% na Região Sul do país, representando valores de R$ 4,3 bilhões, contra R$ 3,4 bilhões no mesmo período em 2020.

Febre Aftosa no Brasil

A febre aftosa é uma doença que afeta bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Os prejuízos diretos e indiretos ocasionados pela doença, bem como as limitações à comercialização de produtos pecuários, exigem dos produtores rurais e das autoridades sanitárias um constante esforço para prevenir a doença e proporcionar condições para sua erradicação.

No Brasil, o último foco da doença ocorreu em 2006 e todo o território do país é reconhecido internacionalmente como livre da febre aftosa (zonas com e sem vacinação) desde 2018. Até este momento, apenas Santa Catarina possuía a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Painel da Vacinação no Brasil

A Secretária de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou recentemente um painel dinâmico para consulta dos dados de vacinação das 26 unidades da federação desde 2001 até hoje. Santa Catarina não entra no histórico, pois parou de vacinar desde 2000.

No painel é possível fazer análises dinâmicas e observar os dados de cobertura vacinal de animais e de propriedades em todas as etapas de vacinação realizadas no país nos últimos 20 anos.

O painel é uma importante fonte de consulta por parte de produtores rurais, instituições ligadas ao agronegócio e universidades, servindo para a realização de análises históricas e estudos relacionados à febre aftosa.

 

Kelly Ventorim, assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar – SEMAGRO

Publicado por: Iza Olmos Rodrigues de Lima

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