A comercialização de sêmen de corte e leite cresceu 4,7% em 2015. Juntos, os dois segmentos venderam 12.606.703 doses, ante 12.037.346 no ano anterior. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), em coletiva de imprensa realizada ontem (22/3), e São Paulo, na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
Já o mercado de leite, comercializou 4.328.689 doses de sêmen, ante 4.921.341, queda de -12,04 %. Segundo Vivacqua, em razão da elevação da arroba do boi gordo, os pecuaristas de leite realizaram o descarte de vacas leiteiras e o cruzamento de novilhas, o que afetou as vendas de sêmen.
“O aumento dos custos de produção, em função da desvalorização do real, e a manutenção dos preços do leite pagos aos produtores, em baixos patamares, contribuíram para reduzir a rentabilidade do setor e frearam os investimentos em genética”, argumenta.
Vivacqua lembrou que o mercado lácteo internacional também enfrentou problemas, reflexo do bloqueio à Rússia, que tirou do mercado um importante importador de lácteos, da queda do ritmo de crescimento econômico da China, da economia muito flat da Europa e do fortalecimento do dólar em relação a diversas moedas.
EXPORTAÇÃO
A valorização do dólar contribuiu para o crescimento dos negócios no mercado externo, em 2015. O segmento de corte registrou um aumento de 54,9% nas exportações de sêmen brasileiro, com 103.739 doses, ante 66.976 no ano anterior. Já a categoria leite, comercializou 118.852 doses, ante 112.787, aumento de 5,4% na mesma análise.
IMPORTAÇÃO
Embaladas no bom momento da pecuária de corte, as importações de sêmen dessa categoria cresceram 2015, de 3,518 milhões de doses, no ano anterior, para 4,299 milhões de doses, no ciclo atual, evolução de 22,2%. Os principais mercados fornecedores foram Estados Unidos (3,4 milhões), seguido por Canadá (500 mil) e Argentina (400 mil).
Da mesma forma, seguindo o movimento inverso, em razão do desaquecimento do mercado interno, as importações de sêmen de leite caíram de 4,237 milhões para 3,213 milhões de doses, retração de 25%.
NOVIDADE
Neste ano, uma das novidades foi a apresentação dos números da inseminação artificial por Estado. Segundo o Index Asbia, 10,3% das fêmeas em reprodução (58 milhões, segundo dados do IBGE de 2014) foram inseminadas, das quais, 12,5% de leite e 9,5% de corte. Santa Catarina ocupa a primeira posição do ranking geral de utilização de sêmen (corte e leite), com 24,8%. A seguir, vem Paraná (19,1%), Rio Grande do Sul (18%), Mato Grosso do Sul (15,1%) e São Paulo (12,1%).
Outra novidade do levantamento de 2015 foi a inclusão dos dados do Nelore Ceip (certificado), no corte, e, no leite, os números do Girolando 5/8 e do Girolando 3/4, separadamente. Entre as raças de corte, o Nelore liderou a produção (com 2,696 milhões de doses), seguido por Angus (1,309 milhão), Nelore Ceip (609,5 mil), Braford (333,3 mil), Nelore Mocho (254,2 mil) e Senepol (236,8 mil doses).
Quanto às raças de leite, o destaque foi Gir Leiteiro, com 367,7 mil doses, seguido por Girolando 5/8 (326,5 mil), Girolando 3/4 (314,7 mil), Holandês (151,5 mil) e Jersey (29,6 mil doses).
INDICADOR
Durante a coletiva, o presidente da Asbia anunciou a criação de um indicador de preços do sêmen, em quatro categorias: Zebu Corte, Zebu Leite, Taurino Corte e Taurino Leite. “Estamos discutindo a criação do indicador com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)”, contou. “Dessa forma teremos informações estratégicas, com qualidade, para discutir o setor.”
Por equipe SNA/SP