Governo firma acordo para exportação para a República de Moçambique, na África
Acordo assinado em dezembro pelo Brasil com a Bolívia prevê a exportação de animais vivos e tem como meta recompor o rebanho do país vizinho
O governo brasileiro firmou acordo para exportação de material genético bovino para a República de Moçambique, na África. A autorização é considerada fundamental para a diversificação dos mercados atendidos pelos exportadores de genética e para o aumento do faturamento do setor.
O acordo foi o terceiro concretizado, já que em dezembro do ano passado, foi assinado documento junto aos governos da Bolívia e da Costa Rica. As negociações para abertura de novos mercados incluem ainda outros 13 países, que serão trabalhados ao longo deste ano.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na última segunda feira, os países assinaram o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), documento que garante o cumprimento das condições sanitárias exigidas para o trânsito internacional de embrião vivo, in vitro, e sêmen até o país de destino.
O CZI é um instrumento de auxílio ao departamento técnico responsável do Mapa nas negociações desses produtos com os países interessados na genética bovina e bubalina do Brasil.
Além do Mapa, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) participam da elaboração do certificado. O projeto em conjunto tem como objetivo ampliar as exportações de material genético e de bovinos vivos para reprodução e foi iniciado em 2015.
De acordo com o gerente de Relações Internacionais da ABCZ, Mário Karpinskas Júnior, as expectativas são positivas em relação à abertura de novos mercados e os negócios com o Moçambique já podem ser efetuados. O rebanho bovino do país africano conta com cerca de 1,25 milhão de cabeças. A produção anual é de 18,9 mil toneladas de carne e 962,32 mil litros de leite, segundo Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar de Moçambique.
Promissor – “A abertura do mercado moçambicano para o material genético dos bovinos brasileiros é promissora para ambos os países. Nosso produtor terá a oportunidade de ampliar as vendas, enquanto o país parceiro, que possui carência tanto de genética como de rebanho, poderá investir no melhoramento. Por ter um clima semelhante ao nosso, acreditamos que o gado zebu atenderá a demanda dos pecuaristas locais. Com o Moçambique serão comercializados sêmen e embriões”, ressalta Karpinskas.
O outro acordo assinado, em dezembro, com a Bolívia prevê a exportação de animais vivos e tem como objetivo recompor o rebanho do país vizinho, que foi dizimado com enchentes registradas nos dois últimos anos. Já as negociações com a Costa Rica são para a comercialização de material genético.
“A cada mercado que se abre surge mais uma oportunidade de comercializar nosso produto a valores interessantes para o setor. O uso de material genético de alta qualidade é uma das principais formas de aumentar a produção de alimentos, já que a população mundial é crescente e necessita de produtos como a carne e o leite. Muitos países querem investir na genética para produzir internamente e temos qualidade e tradição reconhecidas para atender a esse mercado”, observa.
As negociações para abertura de novos mercados é contínua. De acordo com Karpinskas, os países de interesse do Brasil são classificados em níveis diferentes de prioridade, sendo que os inclusos na prioridade máxima e intermediária somam 13.
Dentre os mercados a serem conquistados, destaque para o Panamá, África do Sul, Malásia e Colômbia, esse último já tem acordo com o Brasil e deve ampliar as negociações com os exportadores de genética bovina.
Diário do Comércio