Campo Grande (MS) - Com o objetivo de atender às exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que emitiu nota técnica orientando os estados a aumentarem a vigilância e detalhando as providências necessárias para prevenir a entrada da Gripe Aviária no Brasil, a Iagro realizou na última semana treinamento técnico dos fiscais estaduais agropecuários. Todo o corpo técnico de Campo Grande, com 20 fiscais que atuam em municípios onde há avicultura comercial e atuam diretamente com a sanidade avícola, receberam treinamento.

Fiscais agropecuários da Iagro que atuam diretamente com a sanidade avícola, receberam treinamento. (Foto: Sindicato dos Fiscais Agropecuários de MS)
Mato Grosso do Sul é um dos 20 locais onde há entrada de aves migratórias no país e por isso é monitorado constantemente. O serviço de defesa sanitária já realiza ações que visam a proteção do plantel avícola, como exemplo, estudo realizado em 2015 para verificar a presença do vírus nas granjas comerciais, intensificação das fiscalizações de pessoas e cargas nos portos e aeroportos, colheitas de materiais nos sítios de aves migratórias no pantanal sul-mato-grossense e atualmente iniciará treinamentos de técnicos das empresas integradoras, produtores e funcionários dos aviários.
Cuidados - De acordo com o auditor fiscal federal agropecuário, Newton César Moreira da Silva, todos os ministérios do país, precisam enviar um relatório com capacitação técnica, recursos, e plano de contingência. "Não é o primeiro alerta e o Mapa faz isso, para que todos estejam atentos para uma eventual crise de influenza".
Mato Grosso do Sul tem 450 granjas de frango de reprodução e corte, localizadas em Dourados, Terenos, Itaquiraí, Sidrolândia e Aparecida do Taboado. "São granjas integradas a grandes empresas. Desse total, apenas 45% é regulamentada conforme a norma estabelecida pelo ministério, as outras que são mais antigas e não se regulamentaram".
Sobre o acesso mais rigoroso, o auditor explica que isso é rotina no dia a dia dos produtores. "É exigido pela instrução normativa nos estabelecimentos que são granjas de reprodução e de corte, o controle de entrada e saída, mas essa norma é mais rígida em granjas de reprodução. Com o alerta, os veterinários oficiais fiscalizam se os produtores estão cumprindo essas normas", explica.
Histórico - Focos de Influenza Aviária no Chile e os inúmeros focos da doença em todo o mundo no início do ano, fez com que Mato Grosso do Sul ficasse em alerta.
Exportação e economia - O relatório da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) de 2015, aponta que o Brasil exportou 4.304 mil toneladas de carne de frango, o que representa receita histórica de 7.1 bilhões de dólares.
Deste total, Mato Grosso do Sul representa 4,02% das receitas de exportação. Este seria parte do prejuízo com a presença da doença, pois não estão contabilizados os gastos com ações de controle do surto da doença que são estimados, segundo pesquisas, em milhões de dólares.
O alerta se faz porque a presença do vírus nos aviários provocaria um grande prejuízo econômico, uma vez que são criados embargos imediatos para exportação.
Em 2016, segundo o departamento de pesquisas e estudos econômicos do banco Bradesco, a participação dentro do complexo de carnes exportadas, a de frango correspondeu a mais de 50%, enquanto que a bovina em 35,9% e suína 13,5%.
A Influenza Aviária, conhecida também como gripe aviária, é uma doença provocada por vírus que quando acomete o aviário pode levar a morte todas as aves em poucos dias, além de ter um importante potencial zoonótico, contaminando o ser humano.
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