Campo Grande (MS) – Durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, técnicos da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV) da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) visitarão propriedades rurais de diversos municípios com o intuito de realizar um levantamento sobre a incidência da Helicoverpa armigera, ferrugem asiática e de lesmas no Estado. A meta é monitorar a incidência e nível de infestação da Helicoverpa armigera nas lavouras de soja em estágio inicial vegetativo.
A verificação dos focos de ferrugem asiática será realizada nos municípios de Amambai e Dourados, onde o Consórcio Antiferrugem, que trabalha por meio de parceria público-privada no combate à doença, recebeu recentes notificações. Durante este trabalho com a helicoverpa e a ferrugem também serão monitorados os problemas com a alta infestação de lesmas.
Helicoverpa Armigera
A Helicoverpa armigera ataca mais de cem espécies cultivadas ou não, como soja, milho, café e sorgo. “O primeiro registro da doença no Brasil ocorreu no oeste da Bahia em fevereiro de 2013, contudo até o momento não foi constatada em nível de dano econômico ao produtor do Mato Grosso do Sul e não estamos em estado de emergência fitossanitária para esta praga”. Comentou Filipe Petelinkar, chefe da divisão.
Segundo ele, em junho deste ano, amostras de sete propriedades foram enviadas para análise e confirmação da espécie, e apesar da presença positiva da Helicoverpa armigera em 5 amostras, não se tem registros alarmantes de danos causados pela praga. “Isso é um sinal de que foi controlada com monitoramento e aplicação de produtos”, completou.
Para ter controle da Helicoverpa armigera, Filipe alerta que o produtor de soja deve utilizar as técnicas do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e, quando necessário e recomendado por engenheiro agrônomo, deve aplicar produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Caso o produtor venha a ter dificuldades para realizar o controle pode entrar em contato com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) para receber apoio”, esclareceu.
Além deste tipo de levantamento e monitoramento, a Iagro promove continuamente treinamentos e reuniões técnicas sobre pragas da soja para fiscais e assistentes de fiscais da Agência. Em 2015 foi realizado em Campo Grande um Simpósio Estadual sobre ameaças fitossanitárias, aberto ao público e que esclareceu ainda mais para produtores e lideranças do setor produtivo os riscos e a importância do monitoramento constante. Mais de 200 pessoas entre pesquisadores, produtores e profissionais, participaram do evento, naquela oportunidade. “Ações como essa fazem parte do programa de defesa sanitária vegetal e tem o objetivo de continuar preparando os fiscais, auxiliares e agentes em relação ao tema e conscientizar os produtores a respeito das ameaças fitossanitárias”, encerrou.
Ao todo os profissionais da agência devem realizar o trabalho de verificação em mais de 200 propriedades durante o mês de dezembro e mais 800 nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, em diversos municípios.
Cadastro e vazio sanitário da soja
Durante o vazio sanitário da soja, entre 15 de junho e 15 de setembro, fica proibido o cultivo de soja e é obrigatória a eliminação de grãos que sobram da colheita para evitar as plantas voluntárias (tiguera). A medida tem o objetivo de diminuir a incidência de pragas da soja para a safra seguinte.
Após o vazio sanitário, os produtores de soja devem cadastrar área de plantio até 10 de janeiro. O cadastramento é obrigatório para áreas de soja da safra 2016/2017 e deve ser feito exclusivamente pela internet.
Kelly Ventorim, assessoria de comunicação Sepaf e Iagro