Introdução
O Greening, também conhecido como Huanglongbing ou HLB, é uma doença sistêmica causada pelas bactérias Candidatus liberibacter spp., transmitidas pelo vetor Diaphorina citri (psilídeo-dos-citros). O psilídeo, ao se alimentar da planta de citros, transfere a bactéria do seu organismo para o sistema vascular do vegetal. Não existe, até o momento, método curativo para um indivíduo de citros infectado pela bactéria.
O HLB causa a morte do indivíduo infectado. Em casos menos severos, a doença gera uma redução gradual da produção, através da diminuição da quantidade e qualidade dos frutos. Também, causa a redução da viabilidade da planta, pois os indivíduos afetados pelo HLB ficam mais suscetíveis a distúrbio nutricionais e outros problemas sanitários, reduzindo sua vida útil. Não obstante, a presença da praga e do vetor geram um maior impacto ambiental devido ao necessário incremento na intensidade do controle químico no pomar, o que pode afetar negativamente o agroecossistema.
Hoje o Greening é a principal doença dos citros no Brasil e no mundo. Atualmente, já existem na literatura relatos de resistência do vetor a alguns grupos de inseticidas. Assim, o manejo da doença se dá através do monitoramento da ocorrência do vetor na área, seu controle através do uso racional dos princípios ativos disponíveis, além do levantamento e erradicação de plantas sintomáticas.
A IAGRO executa a atividade de levantamento da ocorrência de HLB no MS, realizando, também, o monitoramento da flutuação populacional do vetor através do monitoramento de armadilhas oficiais.
Identificação dos sintomas suspeitos típicos de HLB em plantas de citros
Sintomas que podem gerar confusão e método para identificação do sintoma suspeitos principal
Quem é o vetor do HLB?
Conhecida como psilídeo-dos-citros, é um inseto sugador de floema pertencente a ordem Hemíptera, subordem Sternorrhyncha, superfamília Psylloide, família Liviidae, e gênero Diaphorina. Coloniza, exclusivamente, plantas da família Rutaceae (Gêneros Citrus, Fortunella, Poncirus, Murraya, entre outros). Seus ovos são amarelos quando jovens e alaranjados quando mais velhos, com dois pontos vermelhos (olhos da ninfa) quando maduros. Localizam-se, geralmente, nos tecidos mais jovens das plantas (brotações). Possuem aproximadamente 0,3mm de comprimento por 0,14mm de largura.
Suas ninfas possuem 5 estágios de desenvolvimento (instares). São amarelas translucidas quando jovens, tornando-se amarronzadas ou esverdeadas quando mais velhas. No primeiro instar, possuem tamanho médio de 0,3mm de comprimento e 0,17mm de largura. No segundo instar, possuem tamanho médio de 0,45mm de comprimento e 0,25 de largura, tornando-se visíveis as asas rudimentares. No terceiro instar, possuem tamanho médio de 0,74mm de comprimento e 0,43mm de largura, apresentando asas rudimentares mais desenvolvidas e a segmentação da antena é visível. No quarto instar, possuem tamanho médio de 1mm de comprimento e 0,70mm de largura, apresentando as asas já alongadas até o terceiro segmento abdominal. No quinto e último instar, possuem tamanho médio de 1,6mm de comprimento e 1mm de largura, com as asas se estendendo até o quarto segmento abdominal. Como típico da ordem hemíptera, os indivíduos exsudam material açucarado durante a alimentação.
Os psilídeos-dos-citros, quando adultos, possuem por volta de 2 a 4mm de comprimento, com abdômen amarelo-amarronzado, verde-amarronzado ou rosa-amarronzado. Suas pernas são cinza-amarronzadas, e suas asas são transparentes com manchas claras e/ou escuras. Ao se alimentarem, os indivíduos adultos formam um ângulo de 40º com a superfície vegetal.
Na literatura, há relatos de indivíduos adultos de Diaphorina citri capazes de dispersar de 3 a 5km em busca de recursos. Os períodos de maior atividade de voo correspondem àqueles mais quentes na estação. Em condições mais frias, D. citri tende a permanecer de maneira estacionaria nas folhas dos hospedeiros. Maiores atividades de voo foram verificadas em temperaturas de 27°C, pela tarde, e em dias com fotoperíodo mais longo. Velocidade do vento acima de 48km/h tende a desalojar o inseto das folhas do hospedeiro, no entanto, permitem uma dispersão passiva de maior alcance.
Diaphorina citri é considerada uma espécie tropical/subtropical, com temperaturas ótimas variando de 25°C a 30°C. Porém, há relatos de indivíduos tolerantes a condições adversas: Estima-se que a mínima temperatura para o desenvolvimento normal do inseto é de 10-13°C; No entanto, existem evidências de indivíduos tolerantes a temperaturas acima de 40°C, climas quentes e secos, quentes e úmidos, sendo encontrada desde a Florida nos EUA até a Arábia Saudita. Portanto, os dados indicam que D. citri apresenta uma elevada capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais.
O psilideo-dos-citros é capaz de ovipositar até 800 ovos, possuindo um ciclo de vida de 14 a 50 dias, a depender das condições ambientais. As fêmeas preferem ovipositar em tecidos mais jovens da planta hospedeira, e as ninfas também preferem esse tipo de meio para se alimentar. Assim, a atividade e a flutuação populacional do psilídeo-dos-citros é diretamente influenciada pelo ciclo da cultura, ou seja, períodos de maior emissão de estruturas vegetativas são aqueles de maior atividade e proliferação do inseto.
Legislação Citricultura
Utilizamos cookies para permitir uma melhor experiência em nosso website e para nos ajudar a compreender quais informações são mais úteis e relevantes para você. Por isso é importante que você concorde com a política de uso de cookies deste site.