Campo Grande (MS) – O Governo de Mato Grosso do Sul trabalha para minimizar os estragos causados pelo excesso de chuvas e garantir o mínimo de trafegabilidade nas estradas, afirmou hoje o Secretario Adjunto da Secretaria de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Jeronimo Alves Chaves.
Com 29 municípios em estado de emergência, cerca de 1/3 dos municípios do Estado, a principal preocupação, além do deslocamento e fluxo normal dos moradores, é com o escoamento da safra de soja que começa a ser colhida.
As maiores preocupações atualmente se concentram nas possibilidades de se poder efetivar a colheita e transporte ate os armazéns, de forma concomitante, devido ao excesso de umidade e a precariedade das vias de escoamento do produto. Segundo Jeronimo, o Governo do Estado se depara com uma das situações mais alarmantes no que diz respeito as condições das estradas do Estado, já vistas.
A área plantada de soja no Estado situa-se em torno de 2.400.000 a 2.450.000 hectares e a previsão até o final da primeira quinzena de dezembro (quando o desempenho era satisfatório) era de que fossem colhidas de 7,2 a 7,5 milhões de toneladas do grão.
“A intensidade e a continuidade das chuvas, nos últimos 30 dias vem causando excesso de umidade no solo e encharcamento em lavouras, principalmente das regiões sudoeste e conesul do Estado, prejudicando o desenvolvimento das plantas em especial a formação de vagens e de grãos”, explica, lembrando que a frequência de dias nublados também é fator limitante para o crescimento da soja e que essas ocorrências prejudicaram o rendimento esperado – que seria entre 3000 kg/ha.
“Neste momento, existem áreas de lavouras já dessecadas, que precisam ser colhidas, cuja produção começa a ser comprometida”, comentou. Ainda segundo Jeronimo, a secretaria está acompanhando o desempenho, contudo, ainda não tem dados de perdas efetivas. “A Aprosoja divulgou informações com perdas estimadas em 4% e as cooperativas com atuação nesta área, também estimam perdas similares, sendo que as maiores ocorrem nas regiões sul e sudoeste do Estado”, completa.
Na última sexta-feira (15), a Secretaria fez um levantamento junto as principais cooperativas que atuam principalmente no centro sul do Estado e movimentam mais de 30% da produção de grãos e a maior preocupação é com a entrada das máquinas na lavoura e com a retirada desses produtos das propriedades.
Mesmo com janelas de oportunidades para se colher e para se escoar, relativamente curtas, a secretaria identificou ainda diversos casos em que produtores estão se reunindo – e em seu eixo interno – estão realizando reparos em pontos críticos por conta própria.
Para Jerônimo, os produtores têm consciência sobre a capacidade do Estado em resolver de imediato todos os problemas.
Ações emergenciais, seja na contratação de empresas para prestação de serviços de manutenção de pontes, e ainda na recuperação de estradas, estão em andamento. “O Secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, nos disse que a prioridade é assegurar trânsito, principalmente nos pontos mais críticos. Segundo ele empresas já foram contratadas e esperam apenas uma trégua das chuvas para começar os trabalhos”, finalizou.
Kelly Ventorim -Sepaf