O Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas de Mato Grosso do Sul (Gease/MS) da Secretaria de Estado, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, (Semadesc) realizou ontem (05) a primeira reunião de trabalho após o decreto do estado de Alerta Zoossanitário e criação do sistema de monitoramento, avisos e ações, para fins de prevenção à ocorrência da influenza aviária H5N1 em Mato Grosso do Sul.
O decreto de alerta foi publicado na sexta-feira (02) e observa as normas e os protocolos sanitários estabelecidos na Lei Estadual nº 3.823, de 21 de dezembro de 2009, e estão em consonância com as Portarias MAPA nº 572, de 29 de março de 2023, e nº 578, de 22 de maio de 2023. A prioridade é prevenir a ocorrência do vírus da influenza aviária H5N1 visando a necessidade de se assegurar o desenvolvimento econômico e social da população sul-mato-grossense.
O objetivo do encontro que contou com a presença do secretário Jaime Verruck, que é presidente do Gease e convocou a reunião, o presidente da Iagro (agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Daniel Ingold, o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Rogério Beretta, coordenação de Pecuária da Semadesc e equipes de veterinários da inspeção estadual e federal, foi alinhar ações que serão tomadas para instrumentalizar as estratégias de prevenção da doença, além de reforçar as diretrizes de monitoramento das aves e a biossegurança nas regiões de avicultura de corte e postura. O trabalho inclui ainda o levantamento de condições e de necessidades de insumos para prevenção e aplicação de plano de contingência específico a ser definido, e na edição de boletins informativos quinzenais.
O secretário destacou que no encontro foram discutidas as orientações e as ações necessárias junto ao setor produtivo na avicultura para ampliar as normas de biossegurança. “Vamos recapacitar os técnicos nas normas de segurança tanto ´na avicultura de corte quanto na de postura”, salientou. Ficou definido que a Semadesc vai buscar a alocação de recursos junto ao Mapa para garantir os trabalhos que incluem a compra de itens e equipamentos de proteção individual. A aproximação e integração com a vigilância dos países vizinhos como o Paraguai e Bolívia também será ampliada, por meio de convite para que técnicos do Senacsa – Paraguai acompanhem treinamento contra a doença em MS.
“Existe uma grande preocupação com o aumento de casos no País que hoje são 23 confirmados, com mais um estado em São Paulo com notificação. Felizmente em MS não foram detectados casos da doença e nesta primeira reunião fizemos um reforço das ações que já estão sendo tomadas e serão ampliadas”, salientou o secretário durante o encontro com o Gease.
Entre as novas diretrizes estão agilidade na liberação de diárias para as equipes que estão fazendo fiscalização e barreiras sanitárias tanto em Corumbá, na divisa com a Bolívia, quanto em Ponta Porã, Bela Vista e Porto Murtinho; alinhamento com a Secretaria de Saúde na divulgação de medidas preventivas e com as instituições de meio ambiente; incremento na divulgação das informações junto as associações e entidades, entre outras.
A atuação do poder público no monitoramento, na análise de riscos e na prevenção influenza aviária H5N1, no Estado vai ocorrer mediante permanente cooperação entre os municípios, representações privadas e o Estado. O secretário destacou que o Mapa lançou boletim de investigação sobre os focos no País, com informações diárias dos casos e ainda sobre as espécies de aves silvestres que podem representar risco ao Estado.
Daniel Ingold, diretor-presidente da Iagro, destacou a importância de lidar adequadamente com a possibilidade de ocorrência da gripe aviária, enfatizando o papel crucial da segurança sanitária em nosso estado. Ele ressaltou o compromisso da equipe da Iagro em fortalecer as ações de monitoramento e fiscalização, implementando medidas de biossegurança rigorosas. Além disso, ressaltou a importância de estabelecer parcerias estratégicas com outros órgãos e países vizinhos para garantir uma prevenção efetiva da doença. Ingold reafirmou que a proteção da saúde da população e o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul são as prioridades máximas nesse contexto desafiador.
A aquisição de equipamentos para as ações também foi alinhada. “Isso é prioritário para garantir eficácia em caso de emergência. Por isso estamos levantando quais os equipamentos necessários para que a gente coloque isso à disposição das equipes”, frisou Verruck.
“O Gease está fazendo diariamente este acompanhamento das informações estratégicas em saúde, especialmente acerca da velocidade de propagação da influenza aviária HSNI em território nacional e internacional. Estamos estabelecendo fatores de riscos e propondo estratégias de vigilância ativas e passivas”, acrescentou lembrando que no próximo evento serão chamadas para participação os técnicos da Secretaria de Saúde e também do Imasul.
Crédito
Medida provisória publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (6) abriu crédito extraordinário de R$ 200 milhões em favor do Ministério da Agricultura e Pecuária. Os recursos serão aplicados nas ações de enfrentamento à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
Com o estado de emergência zoossanitária em vigor no país e a confirmação de casos de Influenza Aviária em aves silvestres em quatro estados, as ações de controle e contenção da doença serão intensificadas. Assim, o crédito extraordinário será aplicado no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). A MP é assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
“O combate à gripe aviária é uma questão que merece a atenção de todos, pois o avanço da doença poderia impactar diversos setores do país. Por isso, essa medida do presidente Lula e o trabalho que estamos fazendo conjunto com os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ibama e Defesa Civil, além dos órgãos estaduais, vai nos dar mais segurança para o enfrentamento a esta crise sem maiores riscos”, explicou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Entre as ações de controle e combate à Influenza Aviária estão a rápida identificação, testagem e cuidados sanitários dos casos suspeitos. Para isso, as equipes técnicas poderão contar com reforço para as ações pontuais in loco.
O Brasil continua livre de influenza aviária na criação comercial e mantém seu status de livre de influenza aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal, exportando seus produtos para consumo de forma segura.
Rosana Siqueira, com informações do Ministério da Agricultura
Fotos – Mairinco de Pauda