Na 45ª Reunião Ordinária da Cosalfa (Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa), realizada na última semana, em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, e que contou com a presença dos diretores da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Luciano Chiochetta (Presidente) e Roberto Bueno (Executivo) um dos principais assuntos discutidos foi o último foco de febre aftosa descoberto em abril deste ano na Colômbia. O país também teve a oportunidade de apresentar o trabalho executado na região.
Segundo o serviço oficial da Colômbia, foi uma incidência pega em uma vigilância de trânsito de uma carga de animais contrabandeados da Venezuela. O país enviou a documentação para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) que acatou e manteve o status à Colômbia de livre de febre aftosa com vacinação. A ocorrência foi registrada como incidência de animal contrabandeado.
Para Luciano, o encontro foi extremamente positivo, pois essa foi a primeira vez que a Venezuela foi transparente na apresentação de informações do país e expôs a necessidade de ajuda para poderem avançar no programa de erradicação da febre aftosa. No encontro a Venezuela deu abertura para que o Panaftosa (Centro Pan-Americano de Febre Aftosa) organize uma visita técnica com a presença de profissionais de alguns países já no próximo dia 7 de maio. A Colômbia também se colocou a disposição para receber visitas técnicas.
Outro tema de grande relevância destacado por Luciano foi a criação do banco de vacinas contra a aftosa, o Banvaco, feita pelo Brasil na reunião da Cosalfa, em abril de 2017, em que o país se colocou à disposição para implantar no território brasileiro. “Foi feita a minuta de criação e está em análise do jurídico. Nenhum país da região manifestou interesse em participar, com exceção de Estados Unidos e Canadá” contou.
Desde a ocorrência da doença em 2005 no Mato Grosso do Sul o serviço estadual trabalha, segundo o Diretor Executivo, Roberto Bueno, trabalha na região de fronteira com uma estratégia diferente. “A partir daquele ano o trabalho começou a ser realizado conjuntamente com o País vizinho, através de termos de cooperação. Partindo da premissa de que doenças não respeitam limites e fronteiras a estratégia foi bastante acertada e rendeu ótimos resultados”. Completou.
Modelo para o País no trabalho de combate e prevenção da doença, Mato Grosso do Sul faz parte do Bloco V juntamente com Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a previsão para retirada da vacinação contra febre aftosa no Brasil é até 2023.
COSALFA
Criada em 1972, a Cosalfa tem a finalidade de avaliar o progresso alcançado pelos programas nacionais de controle e erradicação da febre aftosa na América do Sul, e recomendar ações para esses programas, assegurando a integração regional de ações de intervenção. Os 13 países membros da Cosalfa são: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai.
Participam como observadores da reunião Cosalfa representantes dos serviços veterinários oficiais, as organizações de produtores agropecuários, a indústria de transformação animal, a indústria farmacêutica veterinária, os laboratórios de diagnóstico, as Universidades, os institutos de investigação e as agências de cooperação técnica e financeira nacionais e internacionais, entre outros.
Kelly Ventorim