A reportagem a seguir foi enviada pela ADCom Comunicação Empresarial:
Em meados de 2015, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reconheceu o status sanitário do rebanho bovino brasileiro, necessário para a importação de carne in natura, já que até então o Brasil exportava apenas carne processada para o mercado norte-americano. Com isso, encerrou-se uma negociação que já durava mais de 15 anos entre os países.
Meses depois, em dezembro passado, uma missão sanitária japonesa visitou três estabelecimentos produtores de carne bovina termoprocessada no Brasil. A visita teve por objetivo liberar as exportações para aquele país, já que desde 2012 o Japão mantinha embargo ao produto brasileiro.
Aos gigantes da indústria frigorífica nacional – como JBS, Marfrig e BRF – ou mesmo às centenas de fazendas que servem a estes frigoríficos exportadores, é fundamental que estejam em total acordo com as normas técnicas para que o produto final a ser exportado esteja rigorosamente controlado, livre de bactérias e toxinas, bem como atenda às determinações impostas pelos países compradores.
Empresas que utilizam normas para exportação ou mesmo para uso interno precisam monitorar o acervo de maneira sistemática, só assim não correrão o risco de terem problemas na entrega da mercadoria. Isso porque os rígidos controles de qualidade impostos às indústrias estão atrelados à utilização de normas técnicas e procedimentos específicos, que podem variar de acordo com o país importador.
Um bom exemplo é a norma ISO 3091, a norma francesa NFV04-410 ou ainda a norma alemã DIN 10147, utilizadas para determinar o teor de nitrato contido na carne. As duas últimas (NF e DIN) foram canceladas pelas entidades, isto quer dizer que a indústria que ainda estiver as utilizando corre um grande risco de não ter seu produto aceito.
Para que esse controle seja efetivamente realizado, há no mercado uma ferramenta que permite a verificação de aproximadamente 1 milhão de normas emitidas pelos principais normalizadores brasileiros e internacionais. Trata-se da Arena Técnica, uma plataforma de monitoramento e gestão que identifica, alerta e entrega relatórios prontos com as devidas atualizações de normas em uso, desenvolvida com o apoio do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da Universidade de São Paulo (Cietec-USP).
Essa plataforma foi preparada para ser utilizada por todos os técnicos que utilizam normas e procedimentos internos dentro de uma indústria, de modo a garantir que nenhum usuário, seja da qualidade, engenharia de produto, processos, projeto, desenvolvimento, segurança, entre outros, possa operar com um documento fora de conformidade.
“O sistema analisa a codificação das normas do acervo do usuário e responde ao especialista, de maneira muito simples e objetiva, o status de conformidade de cada norma e a última data publicada pela entidade”, revela a diretora-geral da Arena Técnica, Raquel Schilis.
A profissional diz que, ao longo dos anos de pesquisa no meio industrial e de desenvolvimento da ferramenta, a Arena Técnica acumulou uma vasta base informativa por meio de parcerias com entidades normalizadoras internacionais e coleta de dados públicos pela internet. Isso permitiu a construção de uma plataforma inteligente, de fácil utilização e adequação às necessidades dos engenheiros e técnicos de todas as atividades industriais.
“Com todos os problemas econômicos que o Brasil vem enfrentando, não se pode correr o risco de ver um negócio não ser concretizado por conta de normas técnicas que não foram seguidas”, afirma Raquel.
Em recente entrevista para a Arena Técnica, o ex-presidente da ISO Mundial e da ABNT, Mário Cortopassi, falou sobre a importância de as indústrias realizarem o monitoramento das normas técnicas, as consequências por não estarem atualizadas, entre outras questões de alta relevância para as indústrias do setor. Para ter acesso à íntegra da entrevista, acesse o link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=OAihNcgQkLs
Obs.: A Arena Técnica monitora as normas, o que significa que emite alertas e relatórios mensais para que o especialista saiba a versão mais recente publicada pela entidade e se pode ou não utilizá-la. A Arena Técnica é um portal de informação e não de conteúdo de normas. Se a norma estiver obsoleta, deve-se adquirir a nova versão nos portais das próprias entidades, tais como: ISO, ABNT, API, DIN, ASTM, ASME, AWS, entre outras.