Campo Grande (MS) – De janeiro a outubro, Mato Grosso do Sul gerou 6,7 mil postos de trabalho. O saldo entre a abertura de novas vagas e o número de demissões registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, coloca o Estado em condição diferenciada neste momento de grave crise econômica e demonstra que a política austera do governo estadual gerou ambiente para os investimentos privados de R$ 36,2 bilhões atraídos no período.
A análise é do secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Eduardo Reidel, durante entrevista ao programa Capital Meio Dia, da Rádio Capital, nesta terça-feira (20). Na entrevista, Riedel fez uma análise do momento atual do Estado que também vive o arrocho econômico, mas está numa condição diferenciada em relação aos demais, sendo que a maioria não consegue manter atualizada a folha de pagamento.
A criação de postos de trabalho é um exemplo, tendo em vista que além de MS, somente o vizinho Mato Grosso conseguiu ter sado positivo nos primeiros 10 meses do ano, com a geração de 559 vagas. Todos os demais estados tiveram resultados negativos, ou seja, contribuíram para elevar o índice nacional de desemprego.
Para Riedel, o panorama é resultado das medidas adotadas logo no início da gestão do governador Reinaldo Azambuja, quando houve enxugamento da máquina pública, com redução do número de secretarias e de funcionários terceirizados e revisão dos contratos públicos. “O ambiente criado no estado gera a credibilidade e a confiança que hoje são os grandes ativos do Estado e atraem a carteira de investimentos”, afirmou o secretário.
A reunião das secretarias de desenvolvimento e meio ambiente também foi um ‘recado’ importante para dar credibilidade ao Estado. “A unificação deu agilidade a muitos processos”, afirmou. “A grande questão é criar um ambiente, porque não é o estado que produz, o estado cria um ambiente”.
A nota 10 em transparência divulgada recentemente pela Corregedoria Geral da União (CGU) também é fator de credibilidade. “É resultado de muito trabalho. Montamos uma equipe que envolveu vários setores para que pudesse dar uma resposta efetiva a população”, disse. Entre as medidas tomadas está o Portal da Transparência, que oferece uma série de informações inclusive o salário dos servidores. “Não que esteja tudo as mil maravilhas. Pelo contrário, temos muita coisa pra corrigir. Mas a transparência faz com que a população nos ajude a corrigir”.
Outros fatores que somam para o diferencial e que geram confiança são os investimentos em infraestrutura e na segurança pública. Riedel citou o programa MS Mais Seguro, que vai concentrar R$ 96 milhões em investimentos e que nesta terça-feira entregou mais 45 viaturas de quatro rodas para a Polícia Militar, 15 unidades de resgate e 24 veículos de salvamento, totalizando R$ 14,1 mil em investimentos. “Desde o ano passado o Estado efetivou 1,7 mil contratações para a área da segurança, que somados as viaturas, munições, coletes, equipamentos significa um investimentos robustos para melhorar a qualidade de vida da população”, avaliou.
Porém, ainda que o Estado mantenha a condição de equilíbrio fiscal e de atrator de investimentos, o secretário adiantou que os próximos meses vão demandar ainda mais austeridade. “2017 vai ser um ano muito duro porque não há sinais de recuperação imediata da economia e a arrecadação estadual reflete isso também”, adiantou. Outro fator preocupante é a renegociação da dívida com a União, em votação no Congresso Nacional. “O endividamento é uma questão crucial, mas não podemos comprometer o estado com essa renegociação”, afirmou.
Rosane Amadori – Assessoria Segov