Campo Grande (MS) – O Brasil precisa convencer todos os países consumidores de carne brasileira que o sistema de controle sanitário nacional é eficiente, elevado. Só assim o comércio internacional do produto será restabelecido, avalia o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck. “Esse é um posicionamento do governador Reinaldo Azambuja. O problema é interno, os países só reagiram a ele. Então o Brasil precisa primeiro resolver seu problema interno, mostrar ao mundo que nós temos um sistema sanitário elevado. E é isso que nós temos que fazer e muito rapidamente”, disse o secretário, em entrevista à imprensa na manhã desta sexta-feira (24).
De toda carne bovina produzida no Estado, 20% são direcionados à exportação, enquanto que da carne de aves 41% seguem para o mercado externo. Portanto, Mato Grosso do Sul está sendo profundamente penalizado por um problema que aconteceu em outros estados, analisa o secretário. “Estamos tendo um impacto muito forte, um prejuízo à produção, prejuízo às exportações, prejuízo à arrecadação por culpa de uma operação que não aconteceu aqui, sendo que nós tínhamos o melhor perfil para exportação.”
Recentemente a JBS, maior produtora de carne bovina do mundo, anunciou a suspensão das atividades de 33 das 36 unidades no país. Em Mato Grosso do Sul só ficou em atividade a planta de Anastácio, que tem abate diferenciado para exportar carne aos países muçulmanos e que não fizeram restrição ao produto nacional. As demais unidades ficarão por três dias sem abate, mas não há garantia de que retornem a operar com a capacidade anterior.
Apesar do cenário sombrio, o secretário Jaime Verruck entende que tão logo a confiança na indústria nacional seja reconquistada, a crise acaba e o mercado volta ao normal. “Quando isso acontecer se restabelece rapidamente a produção”. Mato Grosso do Sul tem o maior número de frigoríficos credenciados para fornecer carne bovina à Europa e também quatro unidades que exportam para os Estados Unidos.
Verruck reiterou o protesto do governador Reinaldo Azambuja logo que a Operação Carne Fraca da Polícia Federal foi deflagrada. Pela forma “irresponsável” da divulgação, que apesar de se ater a um número reduzido de unidades (22), ante 4 mil frigoríficos existentes no país, acabou gerando a sensação de que todo o controle sanitário estaria comprometido. “Mas isso já são fatos passados, agora temos que buscar a solução”, disse.
Assessoria de Comunicação SEMAGRO