Na solenidade de comemoração dos 100 anos de criação do SIF, lideranças do setor agropecuário destacam a qualidade dos produtos agropecuários brasileiros
O vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, disse, nesta quarta-feira, (24/2), que o governo federal não deverá comprometer as ações de defesa agropecuária, mesmo com o contingenciamento de recursos anunciado pelo governo federal. A afirmação foi feita na cerimônia de comemoração dos 100 anos de criação do Serviço de Inspeção Federal (SIF), órgão garantidor do selo de qualidade aos produtos de origem animal, assegurando que foram fiscalizados e inspecionados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Em sua avaliação, o SIF é a forma de dizer aos consumidores domésticos e aos parceiros comerciais que os produtos agropecuários brasileiros são seguros para consumo. “O importante é dar continuidade e aprimorar a qualidade desse trabalho”, afirmou Sperotto, que também é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (FARSUL) e representou a CNA na solenidade. O SIF é concedido hoje aos produtos de origem animal. No entanto, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, informou que o órgão está preparando uma proposta para conceder o selo do SIF também aos produtos de origem vegetal, harmonizando o sistema de inspeção dos alimentos.
Para José Mário Schreiner, que também é vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (FAEG), a qualidade dos produtos agropecuários brasileiros tem sido o fator chave para a competitividade no mercado internacional. “Não basta produzirmos bem e sermos ótimos em produtividade. Precisamos garantir a qualidade dos nossos produtos e é isso que o Ministério tem feito”, destacou. Entretanto, ele ressaltou que é necessário ter mais profissionais para realizar os serviços de inspeção para aprimorar o SIF.
O presidente da Federação do Rio Grande do Norte (FAERN), José Álvares Vieira, defendeu a desburocratização dos processos de registro dos rótulos dos alimentos do Serviço, a partir de um sistema “fácil, prático e seguro”. Neste aspecto, o governo federal publicou na edição de hoje do Diário Oficial da União o Decreto 8.681, que altera o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). O decreto prevê que os produtos já registrados no MAPA terão a rotulagem automaticamente renovada, enquanto apenas os produtos novos passarão por análise prévia. O objetivo é agilizar a liberação do selo do SIF, que chega a durar, em média, oito meses.
Qualidade – Nos últimos anos, a CNA vem fazendo trabalhos em defesa da qualidade dos alimentos que chegam à mesa das famílias brasileiras e dos produtos exportados para outros países. Em 2015, a Confederação passou a gerir os protocolos de rastreabilidade da carne bovina, dando maior transparência ao processo produtivo, fornecendo todas as informações necessárias aos consumidores domésticos e importadores sobre as raças bovinas, cujas entidades aderiram aos protocolos que podem ser acessados no site da entidade (www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/sites-especiais/protocolos-de-rastreabilidade). A CNA também passou a disponibilizar a relação de todos os frigoríficos que fazem o abate de animais e a rotulação das carnes produzidas pelas raças que fazem parte deste protocolo.
Também participaram da cerimônia os vice-presidentes da CNA e presidentes das federações de Agricultura e Pecuária dos Estados de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, e da Paraíba (FAEPA), Mário Borba, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (FAPE-DF), Renato Simplício Lopes.
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