Em nota técnica oficial (Nº 3/2016/CIEP/DSA/SDA/GM/MAPA) o MAPA alerta para a seguinte situação:
“Em março de 2015, um enxame de Apis mellifera foi capturado e mantido num apiário do Laboratório de Insetos Úteis do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo – USP, localizada no município de Piracicaba/SP. Dias depois, foram detectadas 20 fêmeas adultas do pequeno besouro das colmeias (Aethina tumida) na colmeia que continha o enxame capturado, sendo que as colmeias restantes não tinham o besouro. Nenhuma larva foi encontrada e não se observou dano aparente à colmeia. O apiário era composto por 6 colmeias de Apis mellifera e 40 colmeias de abelhas sem ferrão. Amostras foram encaminhadas para identificação e o resultado preliminar só foi comunicado ao serviço veterinário oficial em dezembro de 2015. As investigações se iniciaram para confirmação do agente e avaliação da extensão da infestação. Em fevereiro de 2016, o Instituto Biológico de São Paulo fez o diagnóstico, e a primeira detecção de Aethina tumida em território nacional foi confirmada.
Como parte das medidas de controle, a colmeia infestada foi eliminada juntamente com as outras 5 de Apis mellifera existentes na Universidade, com desinfecção do ambiente e investigação nos apiários num raio de 20 Km do foco índice. Como instrumento auxiliar na inspeção clínica das colmeias, foram também utilizadas armadilhas nas colmeias investigadas.
Em janeiro de 2016, num apiário do município vizinho de São Pedro, foi detectada a presença de besouros, também confirmados com A. tumida. Foi ampliado o raio de investigação para o entorno dessa propriedade, onde novo foco foi confirmado.
Durante as investigações, entre março e maio, outros dois focos foram confirmados no município de Piracicaba e três focos no município de Itatinga, a 150 km do foco índice. Até o momento foram notificados 8 focos, em três municípios do estado de São Paulo. As investigações continuam sendo feitas na região. Até o momento, não se identificaram danos à produção nas colmeias onde se detectou a presença do besouro.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, promoveu reunião com representantes de Associações de Apicultores e Indústrias relacionadas com o setor, para orientação sobre detecção da presença da Aethina tumida e a necessidade de conscientização da classe produtora sobre a importância da notificação, para uma rápida atuação para contenção de sua disseminação.
Para auxiliar a comunidade na vigilância desta nova praga que acomete as colmeias de abelhas, seguem algumas informações sobre o besouro:
No seu ambiente nativo na África, a reprodução do besouro é mais eficaz em colônias fracas ou estressadas, ou em ninhos recém-abandonados. Em condições favoráveis de clima e susceptibilidade das colmeias, pode causar sérios danos e prejuízos. Entre as razões do diferente impacto da infestação em diferentes ambientes, se destacam as diferenças de comportamento das subespécies africana e europeia, de técnicas de apicultura utilizadas, características climáticas e a susceptibilidade a inimigos naturais. A fase larval se alimenta dos ovos, ninhadas, mel e pólen, destruindo os favos e a estrutura da colmeia, causando grande impacto na produção, podendo até levar ao abandono da colmeia. Além disso, devido a leveduras associadas ao besouro, o mel torna-se fermentado após o contato com as larvas e, consequentemente, impróprio para consumo. A fêmea adulta pode viver pelo menos seis meses e, em condições propícias, por milhares de ovos. O besouro pode viver na natureza e sobreviver até duas semanas sem comer, e voar até 13 quilômetros de distância de seu ninho, sendo capaz de se dispersar rapidamente e invadir novas colmeias. A propagação da infestação não requer o contato direto entre abelhas adultas.
A movimentação das colmeias, favos de mel e outros produtos apícolas, assim como o material usado em apicultura, são as formas mais comuns de transmissão da infestação a outras colônias. No Brasil ainda não se pode estimar a extensão do problema e os danos às colmeias de abelhas africanizadas, que representam a base da nossa apicultura. Por este motivo, é necessário alertar toda a comunidade apícola sobre a necessidade de notificação imediata da suspeita da ocorrência da Aethina tumida, em qualquer tipo de colmeia e proceder a investigação epidemiológica na região para caracterizar o impacto desta praga. A suspeita de infestação pelo besouro deve ser notificada imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial, que deve tomar as providências para diagnóstico e estabelecer vigilância e aplicação de medidas apropriadas de prevenção, controle e erradicação.”
Serviço:
A Iagro orienta, nesse momento, que todos os envolvidos na cadeia produtiva estudem sobre o fato e estejam atentos em suas vigilâncias sanitárias, para qualquer suspeita sobre a ocorrência das mesmas em nosso plantel.
Qualquer suspeita, não hesitem em contatar o serviço oficial (Iagro), estamos aqui para auxiliá-los e prevenir a praga.
Sejamos criteriosos em “importar” material de outras regiões, para que a praga não se alastre.
Contato:
E-mail: pnsap@www.iagro.ms.gov.br
Telefone: (0xx) 67-3901-2692